sábado, 27 de fevereiro de 2010

Antes de nascer o mundo

"Como se o tempo fosse feito de demoras."

"Saudade é esperar que a farinha se refaça em grão."

"... será que ela [a borboleta] precisa de asas para voar? Ou será que o nome que lhe damos é, ele mesmo, um bater de asas?"

"... quem sai do seu lugar, nunca a si mesmo regressa."

"Quem perde a esperança foge. Quem perde a confiança esconde-se."

" A raiva é apenas um modo diverso de chorar."

"De que vale ter crença em Deus se perdemos a fé nos homens?"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Antes de nascer o mundo

"Neste mundo existem os vivos e os mortos. E existem nós, os que não temos viagem."

"Os olhos de quem se ama nunca se veem."

"A cegueira é o destino de quem se deixa tomar de assalto pela paixão: deixamos de ver quem amamos. Em vez disso, o apaixonado fita o abismo de si mesmo."

"Não viver é o que mais cansa."

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Velhice não é idade: é um cansaço. Quando ficamos velhos, todas as pessoas parecem iguais."

Antes de nascer o mundo

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Vaca

Eu sou da geração do desbunde.
Nunca tive saco pra milico, desfile, gente com medo.
Todo mundo ficava parado, mudo, anestesiado.
Não dava pra fingir que não tinha nada.
Pra mudar alguma coisa, a gente teve que gritar, se drogar.
Ir pra rua, enfrentar nossa própria fraqueza.
Era uma maneira de não se render, e não ficar careca, careta.

Eu to pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho
De proteção
Ao maior abandonado

Teu corpo com amor ou não
Raspas e restos me interessam
Me ame como a um irmão
Mentiras sinceras me interessam, me interessam

Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos
Me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam, me interessam

Inocencia do prazer

Vento novo, flores e cores
Fim do verão tropical
Novos ares, novos amores
Tudo volta ao seu estado normal
Sou feliz e trago as provas
Nos meus olhos molhados
E vejo a vida tão diferente


Cazuza

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos,bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão.”

Fernando Pessoa

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Na fé, eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor para mim. Eu não sei, mas Deus sabe. Eu não sei, mas minha alma sabe. Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: "Tomara que as nossas vontades coincidam". Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender."

(Ana Jácomo)